segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Massagem ayurvédica



Ayurveda – A Ciência da Vida
Se fosse possível traduzir literalmente, a palavra Ayurveda significaria “ a ciência da vida”. Trata-se de um termo sânscrito derivado de duas palavras: ”ayur”  e “veda” , que significam “vida” e “conhecimento”. Ayur são os ciclos da vida quotidiana que representam o corpo, os sentidos, a mente e a alma. Veda é o conhecimento do nosso mundo e do modo como tudo nele funciona. Leva em consideração os elementos físico, mental, emocional e espiritual da vida que são necessários à saúde e ao bem- estar. É por isso que a Ayurveda é holístico: abrange a saúde no seu todo.

O nascimento do Ayurveda
O Ayurveda tem uma história rica e variada, muito ligada à mitologia indiana. Embora se considere o Ayurveda eterno e universal, as suas raízes estão no Oriente, concretamente no “Charaka Samhita”.  Este notável documento de medicina interna, escrito milhares de anos antes do microscópio ter sido inventado, explica como o corpo é constituído por células e regista 20 diferentes organismos microscópicos susceptíveis de causarem doença. Há referências e descrições detalhadas de cuidados médicos, tratamentos e cirurgias que ainda hoje são considerados “avançados” para a nossa época.
A antiga sabedoria ayurveda diz-nos que há milhares de anos, os Rishis se sentiam entristecidos pelo sofrimento humano. Apercebiam-se de como um deficiente estado de saúde e uma esperança de vida cada vez mais baixa reduziam o tempo que as pessoas deviam dedicar á sua espiritualidade. Cinquenta e dois Rishis viajaram então, até ao sopé dos Himalaias, para aprenderem como erradicar a doença no mundo.
Meditaram juntos e graças à prática espiritual adquiriram os conhecimentos que foram depois escritos e designados de Ayurveda.
O texto principal, “Charaka Samhita” é considerado sagrado.

Ayurveda a Mãe da Medicina
Assim a medicina ayurvédica é conhecida como a mãe da medicina, pois os seus princípios e estudos foram a base para, posteriormente, o desenvolvimento da medicina tradicional chinesa, árabe, romana e grega. Houve um intercâmbio de informações com o Japão, que tinha a mesma necessidade dos indianos: criar uma medicina barata para atender às suas populações muito pobres e gigantescas, por essa razão existe muito da medicina ayurveda nos conceitos da japonesa.
As duas desenvolveram técnicas muito eficientes e de baixo custo para o tratamento.
A doença, para a Ayurveda, é muito mais que a manifestação de sintomas desagradáveis ou perigosos à manutenção da vida.
A Ayurveda, como ciência integral, considera que a doença se inicia muito antes de chegar à fase em que ela finalmente pode ser percebida. Assim, pequenos desequilíbrios tendem a aumentar com o passar do tempo, se não forem corrigidos, originando a enfermidade muito antes de podermos percebê-la.

Os cinco elementos e os doshas
A Ayurveda baseia-se no sistema filosófico samkhya nos cinco elementos que formam toda a manifestação material do universo.
São eles 
éterarfogoágua e terra.
Toda a matéria existente no universo provém destes 5 elementos, inclusive o corpo humano (que além da matéria, também é formado por buddhi - discernimento, ahamkara - ego e manas - mente).
Para a Ayurveda, quando algum dos 5 elementos está em desequilíbrio no corpo do indivíduo, inicia-se o processo da doença.
Segundo essa tradição, os seres humanos são influenciados pelos 5 elementos através do dosha. Os doshas são Vata, regido por ar e éter, Pitta, regido por fogo e água, e Kapha, regido por terra e água.
Fulcral na filosofia ayurveda é a ideia de que somos constituídos por essas 3 energias vitais. Os Doshas.
Cada um de nós nasce com uma constituição própria, determinada entre outros factores, pelo estado dos Doshas dos nossos pais no momento da nossa concepção. Cada um de nós nasce no estado de Prakruthi, ou seja nascemos com os níveis dos 3 doshas que nos são adequados. Mas, com o tempo e a vida desregrada surge o desequilíbrio em um ou mais desses doshas (vikrti), contribuindo para o surgimento e desenvolvimento da doença. ***
Para o indivíduo ter o corpo saudável é necessário manter seus tecidos saudáveis e isso é possível por meio da alimentação, que deve ser feita de acordo com o estado actual do paciente, ou seja, de acordo com seu dosha predominante e com os desequilíbrios que ele possa apresentar.
Os 3 Doshas são conhecidos pelos nomes sânscritos de Vata (Ar e Éter: Esta energia ajuda-nos a explorar a criatividade, a expressarmo-nos e a permanecermos em movimento. Quando em excesso, pode secar a pele, causar insónias, obstipação e síndromes nervosos), Pitta (Fogo e Água: Esta energia faz com que tentemos alcançar objectivos e dá-nos emoções fervorosas como paixão ou raiva. Quando em excesso, pode causar indigestão, dores no fígado, fadiga e inchaço)  e Kapha (Água e Terra: Esta energia ajuda-nos a estar calmos em situações de stress. Quando em excesso, pode causar excesso de peso, diabetes e alguma letargia).  A constituição que caracteriza cada um de nós é dominada por todos esses 3 doshas em diferentes graus, mas na maior parte de nós é “governada” por um dos dois.
O Dosha determina a constituição, as aparências, traços da personalidade, padrões de sono e até os alimentos que devemos ingerir.
À medida que vamos vivendo, o ambiente, o regime alimentar, o stress, os traumas e as feridas fazem com que se registe um desequilíbrio nos doshas. Quando o desequilíbrio é grande pode dar origem a um problema de saúde. 
Os tecidos que formam o corpo humano são formados a partir dos 5 elementos, que consumimos em forma de alimento. Para o Ayurveda, a saúde de uma pessoa é medida pela força de seu agni (fogo digestivo). Um "bom agni" é capaz de extrair dos alimentos ingeridos os nutrientes necessários para formar tecidos fortes; por outro lado, quando o agni está diminuído ou é irregular (menor capacidade digestiva) a nutrição dos tecidos fica mais pobre, comprometendo a saúde e a integridade estrutural do organismo.
Ouve-se muito que "você é o que você come", mas podemos concluir, com o exposto, que a medicina indiana vai além: "você é o que você consegue digerir".

***(“Doença é uma palavra que se pode usar apenas no singular; o plural – doenças – é tão sem sentido quanto o plural de saúde: saúdes. Doença e saúde são conceitos singulares, pois referem-se a um estado das pessoas, e não, como se costuma dizer hoje com frequência, a órgãos ou partes do corpo. O corpo nunca está só doente ou só saudável, visto que nele se expressam realmente as informações da consciência. O corpo nada faz por si mesmo….”, “O corpo de um ser humano vivo deve seu funcionamento exactamente àquelas duas instâncias imateriais a que denominamos consciência (alma) e vida (espírito). A consciência apresenta as informações que se manifestam no corpo e que se tornam visíveis.”, “Como a consciência apresenta uma qualidade imaterial, auto-suficiente, naturalmente ela não é um produto do corpo nem depende da sua existência”. Thorwald Dethlefsen e Rudiger Dahlke in “A Doença Como Caminho”.)

A massagem ayurvédica
Além de se utilizar de alimentação adequada, fitoterapia, outras técnicas, a massagem é uma das principais técnicas utilizada pelos médicos e terapeutas ayurvédicos, por ser de baixo custo e fácil aplicação. Surgida na cultura dos Vedas (antiga etnia indiana), não é apenas uma das mais antigas e sim uma das mais completas técnicas naturais para restabelecer o equilíbrio físico e psíquico. Trata-se de uma massagem profundamente relaxante, actuando no campo físico e energético, tendo a função de purificação e manutenção da saúde corporal. Tem como objectivo restaurar o bem-estar físico, mental, energético e emocional.
A massagem ayurvédica age nos sistemas: linfático (desintoxicando o organismo), 
circulatório (aumentando a produção de glóbulos brancos e a nutrição e oxigenação celular) e energético (reequilibrando o chacra e actuando nos sete corpos - desfazendo bloqueios emocionais). Dessa forma contribuindo na cura da doença.
É importante ressaltar que, para uma massagem ser ayurvédica, deve levar em consideração os doshas do paciente, seus desequilíbrios e suas características. É uma prática individualizada, específica para cada tipo de pessoa. Não existe apenas uma técnica de massagem na Ayurveda, mas sim diversas delas, que são feitas com óleos medicados, de acordo com o dosha do indivíduo.
Fortalece o 
sistema imunológico aumentando a quantidade de glóbulos brancos e desintoxica o organismo.
É indicada como um dos tratamentos para quase toda a doença, principalmente: emocional,
problemas musculares e de coluna, lembrando que na Ayurveda não se trata a enfermidade, mas sim o indivíduo. .
Reconhecida pela OMS (
Organização Mundial da Saúde) a massagem ayurvédica é utilizada por quase toda população da Índia e está sendo amplamente divulgada no mundo.
Cuidados Especiais:
Gravidez: Não massajar durante os 2 primeiros meses tendo em conta que é a fase de fixação do feto. Após este período, realizar a massagem com as adaptações necessárias às alterações corporais, sem nunca esquecer que determinados pontos do corpo deverão ser massajados com muito cuidado e pouca pressão.
Hipertensão: Devido aos movimentos de massagem há a tendência para um aumento do fluxo sanguíneo e da pressão arterial, por isso a massagem deverá ser realizada com pouca pressão e lentamente (principalmente nas primeiras sessões).
Osteoporose: Doença degenerativa dos ossos (perda de massa óssea) que ocorre, normalmente, em senhoras pós menopausa. A massagem deverá ser aplicada suavemente sem uso dos pés, tracções ou alongamentos. A pressão pode variar conforme o grau da doença.
Cancro: Em função do aumento da produção celular e o facto das massagens com deslizamento aumentarem a circulação linfática é desaconselhável o uso desta técnica em pacientes com cancro. Após alta médica pode ser aplicada.
HIV+: O facto de ser seropositivo não é impedimento para receber massagem, muito pelo contrário, já que a Massagem Ayurvédica  aumenta a imunidade. No entanto no seropositivo activo (com doenças oportunistas instaladas) não deverá receber massagem por se tratar de processos infecciosos (que podem alastrar).
Febre: Qualquer pessoa em estado febril, mesmo que identificada a sua origem, não pode receber massagem em função da possibilidade de alastrar a infecção.
Doenças/Patologias:
Qualquer doença deverá ser tratada dentro dos seus limites e sempre que necessário com autorização do médico acompanhante.
Não deve ser aplicada em pessoas que usam Pacemaker.

Efeitos e Benefícios:
1.     Melhora Sistemas:
Circulatório, Linfático, Respiratório, Digestivo, Nervoso, Hormonal, Reprodutor e Esquelético.
2.     Eliminação:
Toxinas, dependência química, fadiga e bloqueios emocionais (actua nos sete corpos subtis).
3.     Drenagem:
 Líquidos.
4.      Diminuição:
 Edemas e Stress.
5.      Aumento da Flexibilidade:
 Tecidos Musculares, da Flexibilidade e da Mobilidade Articular.
6.     Aumento:
Capacidade Respiratória,  Sistema imunitário – Maior Resistência à Doença, Longevidade e do Circuito da Energia Vital.
7.     Equilíbrio:
Sistema Nervoso e Funcionamento Hormonal.
8.     Facilita:
Funcionamento de Órgãos Internos.
9.     Indução:
Sono.
10.  Melhora:
Textura e Aspecto da Pele e do Cabelo.
11.  Actua:
Estados Depressivos, Psicóticos.
12.  Activa:
Assimilação do Oxigénio, Nutrientes, Sete Corpos Subtis e Activa e Alinha os Chacras.

Proporciona uma maior qualidade de  vida.
Uma Vida  mais saudável, harmoniosa e feliz!
Maria Machado
 Massoterapeuta  Ayurvédica

“ A inteligência humana não pode compreender a verdadeira intuição. Mas quando vocês duvidarem e não compreenderem, felizmente poderão discutir as coisas comigo”
Yoka Daishi in “Shodoka”.
Agradecimento ao meu Mestre Marcus Jucá (Geetesh)


                                                                                   

                                                                                        

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